O quarto estava em silêncio, mas Gabriela não conseguia dormir.

As palavras de Miguel ainda ecoavam em sua mente.

"Se for amor de verdade... a gente se encontra de novo."

Ela havia deixado ir o homem que amava. Por amor. Por proteção. Mas agora, sentia como se tivesse arrancado um pedaço de si mesma junto com ele.

No criado-mudo, a carta que Miguel deixara continuava fechada.

Ela não tinha coragem de abrir. Talvez porque ainda não estivesse pronta para dizer adeus de verdade.

Manu, no quarto ao lado, dormia com os olhos cansados. Os pesadelos haviam se tornado frequentes, e Gabriela sabia que aquilo não era apenas sobre a escola, ou o pai, ou Miguel. Era o mundo inteiro gritando ao redor de uma criança pequena que só queria paz.

Na manhã seguinte, ela tomou uma decisão.

Gabriela ligou para uma clínica de psicologia infantil.

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