Os dias passaram com uma calmaria estranha, como a brisa que precede uma grande tempestade.Gabriela mantinha a rotina: escola, escrita, momentos com Miguel e Manu. Mas, no fundo, sentia que algo estava mudando. Não apenas ao redor, mas dentro dela.Na mesa de jantar, um envelope cor-de-rosa com letras tortas chamava atenção.Era de Manu.Ela havia decidido responder à carta que Daniel escrevera uma semana antes.Gabriela observava de longe, respeitando o tempo da filha. Não interferiu. Apenas deixou papel, caneta e espaço.Agora, a resposta estava ali.Manu se aproximou com os olhos grandes, cheios de expectativa.— Mãe, pode ler?Gabriela abriu o envelope com cuidado."Oi, Daniel.Eu sou a Manu. Minha mãe disse que você é meu pai, mas que foi embora quando eu era bebê.Eu não lembro de você. E fico confusa quando penso nisso.Mas eu sou feliz. Eu tenho uma mãe que me ensina tudo com amor. Tenho o Miguel, que brinca comigo, me ajuda a fazer os deveres e me abraça quando eu tenho pesa
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