A ideia veio de Sol.— Estava pensando… o que acha de irmos até Nova York um dia desses? Só dar uma volta. Respirar outro ar. Talvez passar na galeria, pegar alguma coisa com o Gus… sem pressa.Clara ergueu os olhos do caderno.— Você quer que eu veja a espiral?— Não. Quero que você veja a cidade.A espiral está lá.Você também, de alguma forma.Mas não é sobre lembrar.É sobre estar.Clara ficou em silêncio por alguns segundos.Depois, sorriu.Pequeno.Mas verdadeiro.— Vamos.Na manhã seguinte, o trem para Manhattan partia sob um céu azul-claro, com nuvens dispersas como pedaços de pensamentos que ainda não se juntaram.Sol sentou ao lado de Clara, lendo algo no celular. E achou bom irem de trem para explorar e, quem sabe, trazer à tona lembranças para ela.Clara, com os olhos fixos na janela, deixava a paisagem correr por dentro.A cada estação, um nome conhecido.A cada curva dos trilhos, uma sensação nova — e, ao mesmo tempo, antiga.Quando chegaram, o movimento da cidade os abr
Ler mais