O carro parou diante da casa branca de madeira, e um homem saiu devagar, como quem não queria assustar a paisagem.
Leo vestia uma camisa de linho amarrotada, calça jeans e um tênis que já tinha visto dias melhores. Carregava uma sacola de papel pardo e um buquê torto de flores silvestres colhidas no caminho.
Sol atendeu a porta com um sorriso.
— Achei que você fosse chegar às quatro.
— Eu também. Mas o universo não conhece relógio.
— Ele conhece trânsito — disse ela, abrindo passagem. — Entra.
Clara apareceu no corredor, os pés descalços, uma mancha de tinta verde no braço.
— Leo?
— Em carne, osso e caos organizado.
Ela riu e o abraçou com força.
— Você tá real.
— Você tá… diferente.
Ela se afastou, olhando para ele com curiosidade.
— Melhor ou pior?
— Mais você.
Ele entregou as flores, meio sem jeito.
— São meio tortas. Achei apropriado.
— São perfeitas. Vou colocar na caneca do Gus que eu roubei.
Sol, do outro lado do corredor, ergueu uma sobrancelha.
— Você o quê?
— Longa história