17h32. Clara chegou no apê depois do café com Dante como quem desce de uma montanha-russa de luxo: suada, elétrica… e fingindo normalidade. O prédio inteiro podia pegar fogo, mas ela atravessava o hall com aquele andar que dizia: - “A última coisa que caí na minha frente foi o dólar, e mesmo assim, se levantou.” Abriu a porta. E lá estavam eles: Rebeca jogada no tapete com o notebook no colo e uma cara de TPM emocional, e Ícaro em pé na cozinha com uma taça de vinho branco numa mão e pepino laminado na outra. — “Demorou, né?” — disse Rebeca, sem tirar os olhos do Tinder aberto. — “Achei que tinha sido sequestrada pelo CEO.” Clara largou a bolsa, pegou um pedaço de queijo e respondeu com naturalidade: — “Fui malhar, tomei um suco… e fui deixada em casa por um homem que dirige um Maserati e sabe escolher pão artesanal. Normal.” Ícaro engasgou com o pepino. — “ELE TE DEIXOU EM CASA?!” — “No carro dele, Ícaro. Relaxa, ainda sou uma mulher de reputação questionável, não totalmen
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