Clara estava em perfeita sintonia com a festa. Entre sorrisos polidos e provocações calculadas, ela se movia como quem já sabia o final do jogo. Mas foi quando Dante se afastou por poucos segundos para cumprimentar um investidor que a cena aconteceu.
Ela observava à distância, taça de espumante na mão, quando uma mulher se aproximou dele com intimidade demais para o gosto de qualquer alfa territorial — e muito menos para o gosto de Clara Valentina.
Alta. Cabelos loiros platinados presos num rabo de cavalo elegante. Vestido justo de seda lilás com decote nas costas. E a confiança insolente de quem já teve Dante Navarro entre os lençóis e achou que isso dava imunidade vitalícia.
— “Dante?” — ela sorriu, surpresa falsa. — “Meu Deus… Dante Rafael Navarro?”
Ele se virou. E por um segundo, vacilou.
— “Julianne?”
Ela abriu os braços e o puxou para um abraço com tempo demais, toque demais… e memória demais.
— “Quanto tempo! Meu Deus… você tá ainda mais bonito. Manhattan te alimentou bem, hein