O salão fervilhava de aplausos ao redor do palco do leilão, mas Clara… congelou.
A respiração sumiu.
A taça pesou na mão.
E a pele? Arrepiou como se tivesse entrado numa câmara fria.
Dante percebeu no ato.
Ela travou. O olhar ficou preso num ponto fixo, como se o passado tivesse brotado do mármore polido da mansão.
E brotou mesmo.
Leandro.
Não um parente.
Um fantasma com nome e terno.
Ele caminhava em direção a ela como se o tempo não tivesse passado. Como se ainda tivesse poder.
— “Clarinha?” — ele disse, abrindo um sorriso que não tocava os olhos. — “É você mesmo? Não acredito!”
Clara não respondeu.
A boca seca. O coração no calcanhar. As palavras presas.
Dante virou o corpo levemente, ficando entre ela e o homem — um gesto instintivo. Protetor.
Mas não invasivo.
— “Sou Leandro.” — ele continuou, estendendo a mão, mesmo diante da tensão visível. — “Irmão da esposa do tio dela. Fui… família por um tempo.”
Clara respirou fundo. Tremeu quase imperceptivelmente.
Dante