Porta da limousine abre.Primeiro desce Dante.Terno preto impecável.Camisa preta.Sem gravata.Relógio de carbono.O olhar mais criminoso que qualquer mandado de prisão.O motorista estende a mão.E então…ELA.Valentina.**O vestido dourado gruda no corpo como se tivesse sido derretido direto na pele.Brilho que reflete as luzes do salão inteiro.Fenda lateral mostrando mais do que a ONU permite.Decote tão profundo que parece ameaça.O cabelo vinho, ondulado, escorrendo nas costas nuas.A boca?**INCHADA.Vermelho manchado.O tipo de boca que não engana ninguém.O tipo de boca que diz, sem falar uma palavra:“Sim. Eu tava ajoelhada há 10 minutos.”Ela desce da limousine.Salto agulha de 15 centímetros.Andar de quem sabe que o chão não é chão…É PASSARELA.É CENÁRIO DE GUERRA.Dante oferece o braço.Ela segura.E juntos…Eles não entram no evento.Eles INVADEM.Eles DOMINAM.Eles DESINTEGRAM qualquer noção de sanidade dentro daquele salão.⸻O salão?Luxo que beira o crime.Piso d

Silêncio.Silêncio pesado.Silêncio cruel.Silêncio que grita mais que qualquer soco, que qualquer gemido, que qualquer palavra.Valentina…Não fala.Não reage.Não xinga.Não provoca.Não solta nenhuma das frases ácidas que fazem o mundo dela girar.Só olha pra frente.Olhar vazio.Morto.Quebrado.As mãos tremem.O peito sobe e desce, mas não por tesão.Por pânico.Por choque.Por algo que ela não controla.E Dante percebe.Percebe na hora.Porque ele conhece aquele olhar.Aquele olhar de quem entrou no próprio bunker emocional.De quem trancou as portas.De quem desligou o sistema inteiro… pra não quebrar de vez.Ele não fala nada.Não grita.Não pergunta.Só segura.Puxa ela pro peito.Braço apertado nas costas dela.Mão na nuca, protegendo, escondendo ela do mundo.— Acabou. — sussurra, voz baixa, grave, rouca. — Acabou, ruiva.Ninguém encosta mais.Ninguém toca mais.Ninguém. Nunca mais.Ela não responde.Não levanta o rosto.Só fica ali.Travada.Dura.Fingindo que não sente.F

A água desce.Morna.Deslizando no corpo dos dois.O box é inteiro de vidro.Piso de mármore negro.Teto com spots de luz dourada.Perfume de sabonete francês.Espuma escorrendo.Corpos colados.Corações batendo tão alto que parece que Dubai inteira escuta.Dante tá atrás dela.Mãos no quadril.Peito colado nas costas dela.Boca no pescoço.Nariz no cabelo.Ele puxa.Aperta.Morde o ombro.Desce as mãos pela cintura dela.— Fica quieta, ruiva. — sussurra no ouvido, voz rouca, mais grave que pecado.**— Deixa eu cuidar de você.Ela segura no vidro.Cabeça caída pra frente.Olhar perdido no próprio reflexo.E percebe…Que nunca.NUNCA na vida… foi cuidada assim.Assim.Na pele.No toque.No gesto.No olhar.Ele pega o sabonete.Passa nas mãos.Faz espuma.— Braços pra cima. — ordena.Ela obedece.E pela primeira vez… não porque ele tá mandando.Mas porque ela QUER.Mãos deslizam nos braços dela.O sabão escorre.Desce pelos seios.Pelos mamilos duros.Pela barriga.Pela cintura.Ele ape

Zurique.Sala de operações.04h36 da manhã.Dante, de pé, braços cruzados, maxilar tão travado que parece mármore prestes a rachar.Leon, de lado, analisando as telas, mapeando satélites, contas, movimentações.Mireille, óculos pendurados na ponta do nariz, digitando como se hackear fosse arte.Victor?Sentado no sofá, segurando um copo de vinho numa mão e abanando o próprio rosto com o outro.— Isso não é mais uma viagem de luxo, meu amor. — ele diz, tremendo. — Isso aqui virou John Wick em alta costura!⸻Dante gira o tablet.Tela cheia de fotos. Nomes. Rostos. Contas. Organizações clandestinas. Mercenários. Criminosos. Hackers. Banqueiros sujos. Mafiosos. E, no centro, a foto de Armand, circulada em vermelho.Ele fala.Seco.Como quem dita sentença.Como quem aperta gatilho sem pegar na arma.— Ninguém mais corre.A partir de agora…É a gente que caça.Leon só acena.— Plano traçado.Primeiro alvo: Bangkok.Segundo: Dubai.Terceiro: Londres.E no quarto… — ele respira. — A toca do

Zurique.Penthouse.Quarto de hóspedes.00h43.Porta bate.Valentina entra.Chuta o salto pro lado.Joga a bolsa na cama.E desaba no sofá, cruzando as pernas como quem não tá fugindo.Tá planejando o contra-ataque.No meio da suíte, sentado no carpete, de roupão da Chanel, máscara facial dourada, segurando uma taça de champanhe numa mão e uma pinça na outra… Victor.— Ai, meu amor… até que enfim.Já achei que tinha sido sequestrada por esse brutamontes de testosterona e dinheiro. — ele fala, cruzando as pernas, sem tirar os olhos do espelhinho.Valentina ri, mas sem sorriso completo.Cansaço no corpo.Fúria na alma.E um medo disfarçado que ela não quer que nem ele perceba.Ela se joga no puff.Apoia o queixo na mão.— Sabe o que é, Vic… — respira fundo. — *Pela primeira vez… não é só fuga.**Eu ofereci, tá?Eu olhei na cara dele e disse:“Vamos atrás de quem colocou minha cabeça à venda.”Eu.Por vontade própria.Porque se querem meu sangue…*Vão ter que engolir ele queimando.Victo