Eleanor despertou ao som suave da chuva contra os vidros da casa. Por um instante, permaneceu imóvel na cama, os olhos fixos no teto de madeira clara, absorvendo o silêncio carregado que preenchia o ambiente. Ainda era cedo. A luz da manhã se filtrava pálida pelas cortinas, conferindo ao quarto um ar de incerteza, como se o tempo tivesse hesitado em avançar.Desceu as escadas descalça, atraída pelo cheiro de café. Theo não estava ali, como acontecia frequentemente. Ele ia e vinha, respeitando o espaço dela, o tempo dela. Mas sua ausência agora, depois dos últimos dias intensos, parecia mais presente do que nunca.Na cozinha, encontrou um pequeno bilhete deixado sobre a mesa: “Volto antes do fim da tarde. Passei em casa para resolver algo. Precisa de qualquer coisa, me chama. - T.”Sorriu levemente, mesmo sentindo uma pontada de vazio. O modo como ele a envolvia mesmo quando não estava ali era uma forma delicada de cuidado que ela não sabia que precisava. Preparou uma xícara de chá e l
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