O amanhecer em Windgrave era sempre lento, coberto por névoas que pareciam arrastar os sonhos da noite até o meio-dia. Kieron saiu cedo, com o caderno no bolso, a mente ainda carregando o eco da voz de Nix — tão jovem, tão despedaçada.A ponte ficava a alguns quilômetros do centro. Era antiga, de pedra, e atravessava o rio que dividia a cidade entre o agora e o esquecido. Muitos evitavam aquele lugar depois do pôr do sol, mas para Kieron, não era o medo que importava — era o silêncio.E naquele silêncio, ele encontrou algo.Perto da base da ponte, entre pedras molhadas e galhos arrastados pela correnteza, um brilho discreto chamava atenção. Ajoelhou-se, afastando a vegetação rasteira, e pegou o objeto com cuidado.Era uma pulseira azul, simples, feita de contas translúcidas. Estava partida no fecho, como se tivesse sido arrancada.Kieron a girou entre os dedos. Não havia nome, nem inscrições. Apenas o frio do vidro e algo estranho — uma leve pulsação. Como se a pulseira ainda carregas
Leer más