Na sala silenciosa, com o som do vento tocando as janelas, Evelyn segurava o caderno de Benjamin com as duas mãos. Sentada no sofá, com uma manta fina cobrindo suas pernas, ela observava as páginas fechadas como se o simples ato de abri-las pudesse mudar algo no mundo.Lucas estava por perto. Não muito perto — respeitando aquele momento como quem sabe que existem dores que só podem ser vividas sozinhas, mesmo quando compartilhadas.— Posso ficar aqui? — ele perguntou, a voz suave, quase inaudível.Evelyn assentiu, sem tirar os olhos do caderno.Lucas se sentou na poltrona do outro lado da sala, com o corpo inclinado para frente, cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas. Ele observava Evelyn com a mesma atenção de quem lê uma carta à qual jamais teve acesso.Ela finalmente abriu o caderno.As primeiras páginas já eram conhecidas — as linhas dedicadas a lembranças, palavras de amor, e aqueles trechos enigmáticos que pareciam dizer tanto e nada ao mesmo tempo. Mas agora, pela
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