A sala principal da ONG Raízes do Morro vibrava em vida. As crianças treinavam passos de dança na lateral, adolescentes assistiam vídeos do campeonato que se aproximava, e os voluntários cruzavam o espaço com cartazes, tintas, tecidos. Um retrato vivo de resistência e sonho. No centro, uma pequena comoção crescia: Zóio, apoiado numa bengala improvisada, dava seus primeiros passos desde o atentado. — É isso, garoto! — gritou Doquinha, puxando um coro. — De traidor a herói, hein? A plateia não era grande, mas era calorosa. Theo, Isis, Bê, Binho, Neumitcha e outros sorriram ao ver o amigo avançar — vacilante, mas firme. — Parece que foi ontem que a gente inaugurou isso aqui — disse Zóio, emocionado. — E hoje o morro inteiro respira esperança. — Raízes do Morro é resistência, amor. É tudo! — disse Neumitcha, abanando as unhas longas enquanto secava os olhos, disfarçando. Jade surgiu ao fundo e ajudou Zóio a seguir até a sala de recuperação, decorada com desenhos infantis, bilhetes e
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