O ar ainda estava úmido de emoção. A lua cortava as sombras do morro com uma luz melancólica, e os olhos de Theo estavam vermelhos, lavados por um silêncio que gritava.
Ao lado dele, Bê estava ali, respeitando o luto quieto de um amigo. Não dizia nada. Apenas permanecia.
— Ele era meu herói, Bê. — Theo disse, a voz rasgando por dentro. — Meu pai... o homem que me ensinou a lutar, a pensar, a ser... era o inimigo. Sempre foi o inimigo.
Bê respirou fundo, segurando as palavras como se pesassem chumbo.
— Eu não sei o que é isso. Mas já odiei o meu, sabia? Porque ele era fraco. Se entregou pras drogas e nunca voltou. Mas saber que o seu... que o seu era forte e usou essa força pra oprimir os nossos... é um baque maior ainda.
Theo balbuciou:
— Ele me enganou, cara. E pior... eu sempre quis ser como ele.
— Talvez agora seja a hora de ser o oposto. Ser melhor.
O silêncio veio com peso, mas dessa vez, entre eles, era abrigo.
Quando Isis apareceu, o passo dela era leve, mas o olhar at