A lua ainda dominava o céu do morro, espalhando um brilho prateado que se infiltrava pelas frestas do barraco de Isis. A madrugada escorria preguiçosa pelas vielas, mas ali dentro, o tempo não existia. Theo estava encostado na parede, com dois copos nas mãos. Não era vinho — era uma bebida artesanal, forte, adocicada, feita por um dos antigos da comunidade. Gosto de raiz e coragem.
Ele estendeu um dos copos a Isis, o olhar carregado de malícia, um meio sorriso nos lábios, como quem já sabia aonde aquilo ia dar.
— Eu sei que você prefere uma breja... mas isso aqui é receita antiga. Lá do Zé do Gás. Dizem que esquenta até a alma.
Ela aceitou com um riso suave e debochado.
— Eu sou cria, Theo. Aguento bem.
Ele se aproximou, os olhos fixos nos dela.
— Aguenta mesmo?
Isis não respondeu com palavras. Bebeu o líquido num gole só, mantendo o olhar nele enquanto a bebida descia queimando. Theo mordeu o lábio inferior, sentindo o desejo subir como labareda.
Puxou-a pela cintura com firm