O sol mal despontava, mas a rotina já engolia Ana. Ela descia a rua, o celular grudado na orelha, ouvindo o áudio enviado pelo advogado, enquanto tentava equilibrar a bolsa no ombro e um copo de café que esfriava rapidamente. A mente divagava sobre a reação absurda de Pedro, alheia ao mundo ao redor. De repente, um som agudo rasgou o ar. Um freio brusco, seguido de uma buzinada ensurdecedora. Ana, assustada, deu um pulo para trás, o café quente derramando na sua blusa. Uma picape envelhecida, de uma cor que ela nem conseguiu identificar no susto, parou a centímetros dela. A janela do motorista desceu lentamente, revelando um homem de óculos escuros e uma barba por fazer, com um semblante que alternava entre a raiva e a preocupação. _ Você está maluca? Não olha por onde anda? _ Ele esbravejou, a voz grave. Ana, ainda em choque e agora com a blusa manchada, sentiu o sangue subir à cabeça. _ Eu? Maluca? Você que quase me atropela no meio da rua! _ No meio da rua? Senhorita, a calç
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