A porta da sala de reuniões rangeu, Pedro saiu cambaleando para o corredor, a gravata afrouxada e os olhos vermelhos. O relógio na parede marcava dezessete para as seis, mas para ele, parecia que a jornada havia começado no dia anterior. Três dias. Três dias desde a discussão com Ana, e cada hora longe dela pesava mais que a pilha de relatórios em sua mesa. Ele queria resolver as coisas mas um acidente em uma das obras da construtora o prendeu todo esse tempo. Mal saiu do escritório, tentando resolver a burocracia, atender os feridos, verificar os laudos e as vistorias. Eram um grande empreendimento não poderia falhar.
Ele mal registrava o burburinho dos últimos funcionários, apressados para ir embora. Sua mente estava um borrão de números, prazos e as palavras duras que trocara com Ana. O som do elevador chegando era quase ensurdecedor em sua exaustão.
Dentro do cubículo metálico, ele fechou os olhos, respirando fundo o ar pesado do ar condicionado. Queria apenas chegar em casa, toma