As duas eram amigas desde a infância, se conheceram em uma tarde ensolarada de primavera que pintava o parquinho com tons quentes. Ali, em meio ao riso das crianças e ao rangido dos balanços, Ana, com seus cachos cor de mel e um vestido florido, tentava, sem muito sucesso, equilibrar-se em uma corda bamba imaginária. De repente, um tropeço. Ela fechou os olhos, esperando o impacto, mas em vez disso sentiu um par de mãozinhas firmes a segurando. Era Jéssica, com seus olhos curiosos e um sorriso travesso, os joelhos ralados de alguma aventura anterior. "Você precisa de ajuda?", perguntou, estendendo a mão. Ana, um pouco envergonhada, mas aliviada, aceitou. Dali em diante, a corda bamba imaginária virou um palco para as mais diversas brincadeiras.Nos anos que se seguiram, a praça se tornou o quartel-general das duas. Escalavam o escorregador como se fosse uma montanha a ser conquistada, giravam no carrossel até ficarem tontas e inventavam histórias mirabolantes sentadas no banco da praç
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