O sol do fim da manhã banha a pista de um aeroporto minúsculo. Um bimotor acabado aterrissa. A escada desce e Ana com uma aparência cansada, mas elegante em seu vestido de linho é a primeira a desembarcar, carregando uma mochila pequena e uma mala de rodinhas. Ela boceja, espreguiçando-se. Finalmente chegou, seu lugar de recomeço.
_ Finalmente, paz. Duas horas sem wi-fi, quase um detox. Depois preciso ligar para a Jéssica e explicar tudo.
Ela olha em volta. O aeroporto é basicamente uma casinha com uma única porta. O calor úmido do litoral a envolve. Ana entra no pequeno saguão, que é mais um alpendre. Não há táxis, nem ônibus. Apenas um banco de madeira e uma senhora curvada, cabelos brancos presos em um coque, vestindo um vestido florido desbotado, que tenta arrastar uma mala de viagem enorme em direção à porta. Ela parece lutar contra o peso.
_ Olá! A senhora quer ajuda?
A senhora já estava respirando com dificuldade.
_ Ai, minha nossa!... Essas costas não são mais as mesmas.
Ana,