O movimento começou a diminuir na confeitaria e Ana vestindo um avental levemente empoeirado, resmunga para si mesma enquanto mexe em caixas e sacos de farinha no depósito dos fundos da confeitaria. A luz do fim de tarde entra pelas pequenas janelas gradeadas, iluminando as partículas de poeira no ar.
"Onde está... uhm... o fermento em pó extra? Aquele que tem a embalagem azul? Tenho certeza que vi por aqui... ou não vi?"
Ela puxa uma caixa de embalagens vazias, derrubando algumas. Faz um barulho considerável. Do outro lado da porta semiaberta do depósito, ouve a voz de Dona Bella firme, mas com um toque de impaciência vindo da cozinha.
_ Ana? Achou o que procura, querida? O bolo do Rafael Graves está pronto para ser entregue.
Ana congela, o saco de açúcar nas mãos, e faz uma careta. Rafael Graves. O nome faz seu estômago revirar. O sujeito que quase a atropelou de manhã, dirigindo como um maníaco, e depois teve a audácia de aparecer na confeitaria, com aquele sorriso pretensioso e aq