O silêncio que fica entre nós dois não é desconfortável. É denso, íntimo, quase sagrado.O ar ainda carrega o calor do que acabamos de fazer, nossos corpos colados, respirações descompassadas.Samuel se afasta devagar, como se estivesse saindo de um transe. Com cuidado, desliza para fora de mim. Vejo quando ele tira a camisinha, amarra com um nó preciso. O observo caminhar até o banheiro, nu da cintura pra baixo, o corpo ainda marcado pela tensão do momento. Ele joga a camisinha no lixo, fecha a tampa e volta.Me encosto na prateleira, ainda tentando recuperar o fôlego, o coração batendo rápido.— Por que você usou? — pergunto, baixinho, quase sem pensar.Samuel me encara por um segundo. O olhar dele não é duro, nem frio. É apenas direto, real.Ele dá de ombros levemente, a boca se curvando num meio sorriso — meio amargo, meio resignado.— Para o caso de você se arrepender de novo — diz ele, sem rodeios.A frase me atravessa. Dou um passo até ele, ainda nua, ainda sentindo ele em mim
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