Sergei A fumaça do cigarro subia lenta, dançando no ar carregado do velho porão. A luz fraca da lâmpada balançava suavemente, lançando sombras irregulares pelas paredes mofadas. Sentado numa poltrona rasgada, Sergei Mirov observava um porta-retrato antigo sobre a mesa.Era uma foto de Sofia.Seus cabelos escuros e ondulados caíam sobre os ombros nus. Os olhos cor de âmbar pareciam rir, mesmo que o sorriso fosse tímido. Sergei passava os dedos trêmulos pelo vidro embaçado, como se quisesse tocá-la de novo.— Você devia ter sido minha…A voz rouca saiu mais como um sussurro. Um lamento. Uma maldição.Seu coração doía só de pensar nela.---Anos atrás – Moscou, 1993Sofia entrou na sala do Orlov com a confiança de uma rainha. Jovem, misteriosa, encantadora. Trabalhava como tradutora de documentos para o grupo, mas todos sabiam que sua presença era mais que profissional.Dmitri, o mais velho dos três homens , logo a desejou. Era o chefe da célula ocidental da máfia russa na época, e
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