Narrado por Violeta Hernández O cheiro dele ainda estava em mim. Na pele, no cabelo, entre as pernas. No travesseiro. Na minha boca. Na lembrança quente da noite passada. Quando abri os olhos, por um segundo, achei que fosse sonho. Mas o peso da camisa dele sobre meu corpo, o toque ainda recente entre as minhas coxas e o espaço ao lado da cama… vazio… me lembraram que foi real. Tudo real. Intenso. Quente. E meu. Sentei na beira da cama com o lençol preso ao peito. O corpo ainda doía de prazer. As pernas ainda tremiam de leve. E o coração… estava disparado por um motivo que não tinha absolutamente nada a ver com sexo. Respirei fundo. Fui até a varanda com uma xícara de café que encontrei já pronta na mesinha lateral. Ainda quente. Feito por ele. A brisa da manhã bateu no meu rosto

Narrado por Apolo O hospital nunca foi um lugar onde eu me sentisse confortável. Cheiro de antisséptico, máquinas apitando, gente à beira da vida ou da morte. Mas ali, naquela manhã esquisita, eu tava em paz. Violeta dormia com a cabeça encostada no meu ombro, os olhos cansados, mas com aquele traço de alívio no rosto. A mãe dela tava viva. Fora de perigo. E pela primeira vez em muito tempo… ela tava respirando sem peso. Foi aí que eu vi Enzo vindo no meu campo de visão. Passos rápidos. Rosto tenso. Mãos nos bolsos. Merda. Eu já sabia que paz demais nunca dura. Apolo: — Acorda devagar, princesa. Vou só resolver uma coisa e já volto. Beijei a testa dela, com carinho, e fui ao encontro dele, já sentindo o estômago virar. Apolo: — Fala. Enzo não perdeu tempo. Enzo: — Ramiro. O cara que você matou na boate. A

Narrado por VioletaA cirurgia durou três horas.Mas pareceram três dias.Eu fiquei o tempo todo sentada naquele banco gelado, com os dedos entrelaçados e a respiração presa, como se qualquer movimento meu pudesse mudar o desfecho.Até que o médico saiu. O olhar calmo. E, pela primeira vez em meses, um sorriso de alívio no rosto.— A cirurgia foi um sucesso. Agora é repouso e vigilância, mas… sua mãe está fora de risco.Meus olhos encheram na hora. Eu nem respondi. Só balancei a cabeça, agradeci com um sorriso fraco e fui até o quarto onde ela estava sendo levada.Ela estava pálida. Frágil. Mas viva.E isso bastava.Segurei a mão dela, passei os dedos nos fios brancos que escapavam da touca cirúrgica. Por um instante, senti paz. Uma paz que eu não conhecia fazia muito tempo.— Mãe… você vai ficar bem. Eu prometo.Ela abriu os olhos por alguns segundos e tentou sorrir.— M

Narrado por AresA Espanha me recebeu com um sol quente na cara e uma dor de cabeça ainda maior. Era como se o universo estivesse tentando me dizer desde o desembarque: "Você vai ter que resolver mais uma merda, Ares."Ao meu lado, Zeus vinha desfilando com aquela pose de galã de filme velho. Camisa de linho aberta no peito, óculos escuros, e um café na mão como se a gente estivesse indo pra Cancún em vez de se meter numa possível guerra com a máfia mexicana.Zeus: — Aposto dez euros que o Apolo tá numa cama agora, pelado, com um charuto na boca e uma mulher no colo.Ares: — E eu aposto que ele tá fazendo tudo isso… com a cabeça a prêmio.Entramos no carro blindado que um dos capangas do Apolo mandou buscar. O caminho até a mansão foi rápido, mas minha paciência não. A cada minuto que passava sem a gente saber exatamente onde meu irmão se meteu, minha vontade de socar alguém aumentava.Chegamos. O portão abriu devagar e revelava uma casa grande, cercada por árvores e um jardim que dev