Os portões do castelo abriram com um estalo que pareceu partir o mundo em dois.As correntes que os seguravam gemeram, os elos raspando nas pedras antigas como gritos de metal. Do outro lado, o exército de Atlas apareceu, uma torrente viva de lobos, homens e poeira.Os gritos vieram primeiro, depois, o som dos tambores, as lanças batendo nos escudos, o cheiro de ferro, suor e sangue fresco. A guerra havia terminado, e eles achavam que tinham vencido.No centro daquela procissão, Atlas vinha sorrindo como nunca, o corpo coberto por uma capa rasgada e pesada de lama seca. O colar em seu peito brilhava num tom doente, verde e pulsante, como um coração roubado batendo fora do corpo. Atrás dele, acorrentado por uma coleira grossa de prata, arrastava-se o Supremo.River.O Alfa Supremo.O rei de todos os lobos agora andava como um animal domesticado.A forma lupina dele era gigantesca, uma montanha de músculos, garras e pelos manchados de sangue. Mas não havia alma naquele corpo, os olhos,
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