O calabouço cheirava a ferrugem e mofo. As paredes de pedra suavam umidade, e o som da água pingando do teto era o único ritmo constante naquele inferno. A luz das tochas vacilava, lançando sombras que dançavam nas grades enferrujadas.
Atlas estava ali, e a raiva que exalava dele era quase palpável.
Renee estava jogada contra a parede, os pulsos presos por correntes que deixavam marcas em sua pele, a mordida no pescoço ainda sangrava, o vestido rasgado, a pele coberta de hematomas. Mesmo assim, ela o olhava com o mesmo sorriso desafiador de antes.
Aquele sorriso era uma ofensa, e Atlas não suportava ofensas.
— Você vai falar — rosnou ele, aproximando-se. — Vai me dizer o que fizeram com a oráculo, e onde ela está.
Renee riu, cuspindo sangue no chão.
— Falar o quê? Que você perdeu? Todo mundo já sabe.
Atlas avançou, o tapa veio rápido, o estalo ecoando. Ela caiu para o lado, a corrente arrastando pelo chão enquanto a dor tomava sua bochecha.
— Vai me provocar, é isso? — ele pergunto