A consciência voltou como uma marreta esmagando a cabeça dele. Atlas abriu os olhos, a luz o cegou por um segundo, o teto do quarto pareceu se mover, girando como se estivesse prestes a desabar, ele piscou devagar, tentando estabilizar a própria visão.
O mundo só parou quando ele inspirou.
E a dor veio junto.
Um choque queimando cada músculo, cada tendão, cada osso. Era como se todo o corpo tivesse sido mastigado, cuspido e jogado de volta na cama. Ele tentou erguer a mão e sentiu um tremor violento percorrendo o braço até o ombro.
As veias escuras ao redor do colar latejaram, vivas, serpenteando sob a pele.
Mas nada disso importava.
Havia um vazio mais profundo, mais frio, mais violento do que a dor. Um silêncio interno onde antes algo respirava, onde onde havia um eco mínimo, irritante, mas constante.
Agora não restou nada.
Renee estava morta.
A frase atravessou a mente dele com tanta clareza que Atlas prendeu a respiração.
Sim.
Ele sentia.
Não havia mais eco.
Não havia mais respir