Léo me viu antes que eu o chamasse. Estava encostado no balcão, como sempre, com aquele jeito relaxado que escondia mais do que mostrava.
— Helena? — perguntou, surpreso, ao me ver. — Tá tudo bem?
— Eu preciso falar com o Dante.
Ele franziu a testa.
— Ele não tá vindo aqui ultimamente.
— Você sabe onde ele tá?
— A gente não tem andado muito próximo.
— Por favor, Léo — minha voz saiu falha, carregada de desespero contido. — É importante.
Ele me olhou como se finalmente percebesse a urgência nos meus olhos. O rosto dele mudou. Ficou mais sério. Mais atento.
— Você tá bem?
— Não — sussurrei. — E eu não posso lidar com isso sozinha.
Léo respirou fundo. Tirou o celular do bolso. Olhou pra tela. Depois pra mim.
— Entra comigo. Vamos conversar em um lugar mais calmo.
E foi naquele momento que eu soube: se Dante não viesse até mim, eu iria até o fim do mundo atrás dele.
Porque agora… não era mais só sobre nós dois.
Era sobre uma vida crescendo dentro de mim.
O camarim da boate era pequeno, ab