O café escolhido por Clara Jessen era discreto, escondido entre prédios antigos da baixa de Maputo, com mesas de madeira envelhecida e uma atmosfera que cheirava a papel, café forte e histórias não contadas. Alessandro e Mel chegaram juntos, de mãos entrelaçadas, mas com o nervosismo visível nos olhares. Clara já estava sentada, de óculos escuros e um casaco de linho branco, a bebericar um chá preto. Era mais jovem do que Mel imaginava, com um ar elegante e uma postura de quem já tinha enfrentado gente poderosa sem baixar os olhos. — Alessandro... e tu deves ser a Mel — disse Clara, levantando-se para os cumprimentar. O aperto de mão dela era firme, determinado. — Obrigada por aceitar encontrar-se connosco — disse Mel, tentando esconder o tremor na voz. — Se o que me mandaram é verdade, não podia ignorar. Mas sentem-se. Temos pouco tempo antes que a cidade comece a prestar atenção a mais do que devia. Alessandro entregou-lhe a pasta com os documentos, extratos, registos de depós
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