Eu insistia, batendo no vidro do carro, enquanto Maria Vitória, acuada, chorava sem parar. Eu não ia desistir dela. Também não podia deixá-la seguir por aquela via, em alta velocidade, sem rumo. Quanto a Heitor, pouco me importava naquele momento. Que visse o que tinha feito. A minha culpa, essa eu já carregava comigo. Sabia que havia passado de todos os limites — mas nunca, nunca foi por vingança.Clara, minha tia Dulce, minha prima Regina... eram mulheres, adultas. Sabiam o que estavam fazendo. Por mais libertino que Heitor fosse, eu não o imaginava forçando nenhuma delas. Não havia mais espaço para rancor, nem para comparações.O carro dela ainda estava ali, motor ligado, os olhos marejados tentando focar o caminho — mesmo sem enxergar nada. Quando ela engatou a ré, tentando recuar, eu temi. Olhei ao redor, como se procurasse um freio para a tragédia iminente. Num impulso, peguei uma pedra do chão e a arremessei contra o vidro lateral.— Ah! — ela gritou, assustada.Aproveitei o mo
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