Alexandre Xavier

Alexandre Xavier

A noite avançava e eu continuava ali, na sala de Heitor, indo e vindo num ciclo exaustivo de papéis acumulados. A contadora já havia ido embora quando o céu escureceu de vez. Dívidas, rescisões trabalhistas em atraso, contas que pareciam brotar de todos os cantos — tudo em desordem. Àquela altura, eu começava a duvidar se Heitor alguma vez soube o que estava fazendo. E talvez não soubesse mesmo.

Quando a fome me alcançou, fui informado que a lanchonete do hospital já estava fechada. Pensei em pedir algo por delivery, mas o sábado já estava morrendo, e o domingo ameaçava nascer com o mesmo gosto amargo de cansaço.

A porta rangeu ao ser aberta. Ergui os olhos do celular, esperando mais problemas.

Mas ali estava ela.

Maria Vitória.

De pé, me olhando.

O cabelo solto descia como uma cascata sobre os seios, os braços cruzados na altura da barriga. Usava um vestido terroso que eu já havia visto antes, mas havia algo de novo nele — talvez o jeito como ela me olhava. O sorriso
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