Eu Fui Apenas um Treinamento para Ele
Na véspera do baile de formatura do ensino médio, Rafael me levou para a cama.
Ele foi bruto, exigente, e me tomou por uma noite inteira.
Apesar da dor, meu coração estava cheio de doçura.
Eu era apaixonada por Rafael há dez anos, finalmente, meu sonho estava se realizando.
Ele disse que assim que se formasse, iria se casar comigo.
Prometeu que, quando herdasse os negócios da família Oliveira, eu me tornaria a mulher mais respeitada do clã.
Na manhã seguinte, Rafael me abraçava quando contou ao meu irmão adotivo que estávamos juntos.
Encolhida no colo dele, com as bochechas coradas, me sentia a mulher mais feliz do mundo.
Mas, de repente, eles mudaram o idioma da conversa, começaram a falar em italiano.
Lucas, meu irmão adotivo, provocou Rafael:
— Não esperava menos do nosso dono da porra toda... A garota mais bonita da turma se oferecendo logo na primeira vez. E aí, o gosto da minha irmãzinha é bom?
Rafael respondeu com desdém, sem nem me olhar:
— Por fora, parece pura. Mas na cama, é uma fogueira.
O riso escapou no ar.
— Então agora eu a chamo de irmã ou de cunhada?
Rafael franziu a testa.
— Cunhada? Que nada. Quero mesmo é ficar com a musa da escola, mas tenho medo que ela ache que eu não sou bom o bastante. A Beatriz foi só um treino. O que rolou entre mim e ela... Não conta pra Juliana, hein? Não quero que ela fique chateada.
O que eles não sabiam...
Era que, por amar Rafael, eu já havia aprendido italiano em segredo, só pra um dia poder acompanhá-lo em tudo.
Depois de ouvir aquilo, não disse uma palavra.
Apenas mudei silenciosamente minha inscrição na universidade: troquei o Instituto Federal de Tecnologia do Sul do Rio pelo Instituto Tecnológico de São Paulo.