Parto em Pausa Forçada
Quando minha gravidez estava prestes a chegar ao fim, meu marido, Aurelio Maciel, enviou homens para me trancar no porão e me ordenou que segurasse o bebê.
A esposa de seu falecido irmão, Ursula, também tinha o parto previsto para hoje.
Aurelio havia prometido ao irmão que o primeiro filho nascido na família Maciel seria criado como o herdeiro e receberia todo o patrimônio.
— O filho de Ursula deve nascer primeiro. — Disse Aurelio, com indiferença. — Ela perdeu o marido e não tem nada. Você já tem todo o meu amor, é justo que ceda a herança da família para o filho dela.
As contrações me faziam rolar de dor.
Eu chorei e implorei para que ele me levasse ao hospital.
Aurelio enxugou suavemente minhas lágrimas, seu tom de voz era baixo e perigoso.
— Pare de fingir! Eu sempre soube que você não me ama. A única coisa que lhe importa é a riqueza e o status. Você induziu o parto prematuro de propósito, apenas para roubar a herança do filho de Ursula... Como pode ser tão cruel?
Fiquei pálida, tremendo da cabeça aos pés, e sussurrei:
— Eu não posso controlar a hora em que o bebê nasce, foi apenas uma coincidência! Eu juro, não me importo com a fortuna. Eu só amo você!
Ele zombou.
— Se você me amasse, não teria forçado Ursula a assinar um contrato renunciando aos direitos de herança do filho dela. Enfim, quando ela der à luz, eu volto para te buscar. Afinal, o bebê em sua barriga é meu.
Aurelio ficou de guarda do lado de fora da sala de parto de Ursula.
Somente ao ver o recém-nascido ele se lembrou que eu ainda estava no porão.
Ele pediu a seu secretário que me buscasse e me levasse para o hospital, mas a voz do secretário tremeu ao responder:
— A senhora... e o bebê... estão mortos...
Naquele momento, Aurelio enlouqueceu.