Já são duas horas da manhã. Sei disso porque não consigo dormir — já virei na cama umas trezentas vezes, e ainda parece que há me incomodando. O que estava passando na minha cabeça quando retribuí o beijo? Sinto-me tão humilhada, tão acabada.
Fecho os olhos com força, tentando afastar as imagens e pensamentos que se acumulam em minha mente: o lugar, as histórias, a música, o beijo. Um suspiro sufocado escapa de mim. Pego o travesseiro e o enfio contra o rosto, como se pudesse abafá-lo junto com as minhas decepções.
— Burra, burra — repito para mim mesma, até que as palavras penetrem na minha cabeça.
Chegou a hora de encarar a realidade: eu viajei para Roma, vivi momentos em que fui eu por mesmo um tempo, mas agora preciso voltar ao meu país, conhecer meu noivo e casar. Não vou nadar contra a maré mais; vou deixar que ela me carregue. No fim, parece que sempre fui destinado a esse caminho.
Desejo de dormir. Algumas horas depois, pulo da cama, indo diretamente para o guarda-roupa de mad