— Merda — murmuro, socando a cadeira ao lado.
O impacto do meu punho contra o estofado é quase esmagador, mas não alivia a sensação de culpa que me invade. Eu não deveria ter beijado Louise, não no momento em que ela estava tão vulnerável. Agora, sinto um aproveitador, como se tivesse abusado da fragilidade dela.
Ela retribuiu o beijo — e isso só torna tudo ainda mais confuso. Será que ela realmente queria aquilo? Ou estava apenas desorientado, sobrecarregado pela pressão do casamento arranjado, pela bebida e por tudo o que está acontecendo?
Sinto um nó apertando meu estômago. Andando de um lado para o outro no palco, sem saber o que fazer, movido por uma necessidade desesperada de me agarrar a algo concreto. Meus olhos encontram o violino que Louise estava tocando mais cedo, abandonado sobre o suporte, perto das cortinas.
Sem pensar muito, pego o instrumento.
Não sou nem de longe tão bom quanto ela. Cada movimento que faço é um reflexo das minhas limitações: os dedos trêmulos, o som