Luana acendeu as luzes da sala e deixou as chaves sobre o balcão. O silêncio da casa era familiar, mas naquela noite parecia mais denso. Seus olhos percorreram o ambiente com estranheza — nada fora do lugar, mas ela sentia que havia algo... errado.
Sentou-se diante do notebook, abriu os arquivos que tentava escrever havia dias. As palavras não vinham. O texto estava travado como sua mente. Desde o desaparecimento de Eduardo, a realidade parecia mais nebulosa, menos confiável. Às vezes ela sentia que alguém a seguia. Outras, que a casa não estava vazia mesmo quando deveria estar. Mas não havia provas. Só sensações. E a pior de todas era: Nicole estava escondendo algo. Nicole. Você fala demais. É quase comovente ver como você confia em mim. Como sorri quando me vê chegar. Como pega na minha mão no meio do bar sem nem perceber. Está tão carente de atenção, tão faminta por conexão, que se esquece