O sol da primavera ainda não havia se levantado quando Luana acordou, seu coração apertado por uma inquietação que não conseguia explicar. A foto de Nicole no celular de Gean girava em sua mente como um eco persistente, um mistério silencioso que a sufocava. Tentava afastar a dúvida, mas ela brotava a cada instante, alimentando-se do silêncio que pairava entre eles.
Durante o dia, evitou ambos. Fingia mergulhar no trabalho, mas a cabeça estava longe. Respondeu a e-mails, anotou ideias para pautas e fez entrevistas, mas seu pensamento insistia em voltar para aquele pequeno aparelho em sua mão, onde a imagem de Nicole sorrindo de forma íntima com Gean parecia uma sombra que a seguia.As mensagens matinais de Gean — aquelas que antes chegavam com a doçura de um ritual — não apareceram. A ausência do seu “bom dia” era um grito que ecoava dentro dela. O silêncio não era apenas externo, era uma barreira invisível que a fazia sentir-se cada vez mais sozinha.À ta