Helena girava a caneta entre os dedos, o olhar fixo nas fotos espalhadas sobre a cama. Eram impressões de matérias antigas, recortes, prints, capturas de vídeos e manchetes de jornal que ela mesma havia montado nos últimos dias. Em cada imagem, um padrão, um traço, uma trilha. Tudo levava a ele.

Lucky Valley.

Ou, como ela descobrira recentemente em um registro antigo de escola: Lucas Valdez.

Ela ainda não conseguia digerir o choque de estar envolvida com alguém cujo nome real nem era aquele pelo qual ela o chamava. Havia algo sombrio demais por trás do carisma. Por trás da doçura sussurrada, das canções que pareciam escritas para ela. E agora, com a entrada de um novo jornalista investigativo no caso, as peças ganhavam contornos perigosos.

Júlio Mota, repórter veterano e conhecido por expor escândalos envolvendo figuras públicas, havia publicado um artigo devastador sobre o passado “não rastreável” de Lucky. Sem pais conhecidos. Sem registros médi