Capítulo 96 – Ecos da Escuridão
O silêncio da noite parecia mais pesado desde o ataque. Mesmo cercada por muros altos, câmeras e seguranças, Helena não conseguia dormir direito. Cada ruído, cada sombra projetada na parede, lembrava-a do rosto de Ricardo — um olhar frio, enlouquecido, de alguém que já não tinha nada a perder.
Miguel permanecia ao seu lado, vigilante. Tinha olheiras profundas, o corpo cansado, mas a mente em alerta. A imagem de Helena caída no chão, com o sangue escorrendo de um pequeno corte na testa, ainda o atormentava. Por pouco, aquele homem não havia conseguido o que queria.
Na manhã seguinte, o sol nasceu tímido, filtrando-se pelas cortinas do quarto. Helena se sentou na cama, respirando fundo.
— Ele vai voltar, Miguel — murmurou. — Ricardo não parou. Ele nunca para.
Miguel segurou sua mão.
— Então nós também não vamos parar.
Os dois trocaram um olhar firme, o tipo de cumplicidade que nasce da dor e do medo compartilhados. Helena se levantou, caminhando até a jan