Lívia
O primeiro sinal de que minha família estava chegando foi o uivoque só Leon conseguia.
— Lá vem confusão — sussurrei, já sentindo o cheiro da minha mãe antes mesmo dela bater os pés na entrada.
A porta mal havia se aberto e ela entrou com sacolas de presentes penduradas nos braços, como se fosse o trenó da deusa natalina.
— Eu trouxe mantinhas bordadas à mão, chocalhos encantados, mordedores, fraldas feitas com algodão das fadas da floresta e... um espelho que revela a carinha da alma! — disse ela, empolgada, sem sequer respirar entre uma frase e outra.
Leon entrou logo atrás, ofegante, tentando passar pela porta com... um urso de pelúcia do tamanho de um cavalo pequeno.
— TÁ AQUI O PRESENTE DO TITIO! — gritou com orgulho, deixando o bicho entalado entre a parede e a estante.
— Leon, por Selene... isso vai assustar as crianças — resmunguei, mas já rindo.
Do quintal veio um grito alegre:
— Segura, Kaela, vamos subir de novo!
Ania.
Corri até a varanda e encon