Lívia
Começo a ficar tonta — e nem é por causa da gravidez. Ania já está voando em círculos faz quase uma hora.
— Amiga, calma... respira. Desse jeito eu vou acabar vomitando — falo, tentando manter a gentileza, juro.
As asas dela, frenéticas, espalham ainda mais glitter dourado pelo quarto.
— Chega, Ania. Senta aqui. — Puxo ela pelo pé até a cama. Seguro seu rosto entre minhas mãos e falo firme:
— Vamos lá... Você queria um bebê fada e veio um lobinho... ou dois. Não é tão ruim assim. Eu sou mãe de três e vou te dar todo o suporte que precisar. Eu, Atenor, minha mãe... E quando chegar perto do nascimento, chamo a Helena, a médica humana. Se quiser, chamo a Eliz também. Faço qualquer coisa pra te ver feliz, minha fadinha. Uma lágrima escorre do olho dela e meu coração parte. Ania sempre foi minha fonte de alegria... e agora era minha vez de retribuir.
— Espera aí, já sei. — Pego o telefone e ligo para a Gladis.
Alguns minutos depois, ela chega.
— Olá, minha querida.
— Oi, Gladis. Temo