capítulo 44 Memórias e sobressaltos.
Eliz
Termino de virar a segunda garrafa. O vinho está doce, mas o que ferve dentro de mim é amargo. Por dentro, sou um caos. Ainda assim, estou feliz por minhas amigas finalmente encontrarem seus companheiros. Elas merecem isso. Só que… já sinto falta delas. Lívia e Helena foram, por tanto tempo, o que me restou de família. Agora, tudo está mudando rápido demais.
Levanto cambaleando levemente — não vou admitir que estou meio bêbada — e sigo para o escritório. Preciso me certificar de que todas as fêmeas estão seguras antes de me render ao drama. Uma a uma, vou checando os aposentos. Estão todas bem.
Menos uma.
A sereia, sentada ao lado do companheiro desacordado, chora lágrimas transparentes, brilhantes como cristais. Ela murmura uma prece a Poseidon, suplicando que ele o traga de volta. Meu coração se aperta, mas pelo menos o abrigo está calmo. As funcionárias já foram para suas casas, ali mesmo, nos arredores da matilha. Graças a Selene.
Fecho a porta principal e ativo o código de s