Lívia
Eu acordei suada, satisfeita e completamente... confusa. Depois de continuarmos a noite toda em nossa luxúria.
O cheiro de Antero ainda estava por toda parte — em mim, nos lençóis, no ar. Aquela mistura intensa de madeira, tempestade e pecado. Meu corpo ainda latejava em lugares que, sinceramente, nem sabia que podiam pulsar tanto tempo depois. Mas a confusão não vinha do prazer (esse estava bem resolvido, obrigada). Vinha do quê, exatamente?
Do terceiro elemento.
Virei de lado e encarei o teto. Sabia que aquele Lobo — Amiel — tinha entrado no quarto. Eu estava ocupada demais para dar atenção, é verdade. Mas algo nele acendeu uma coisa dentro de mim. Não foi só o susto. E, ok, ele era bonito. Muito bonito. Daquele tipo que dá raiva de tão bonito, com aquele ar sereno de quem medita antes de destruir corações.
Mas o problema não foi só esse.
Foi a sensação.
Quando ele apareceu, meu corpo reagiu como se já o conhecesse. Não a mente, mas o corpo — como se meu sangue re