Amiel

A lâmina do Rei desceu com força, e eu mal consegui bloquear com a minha. Cada golpe dele era uma avalanche — e, ainda assim, ele sorria como se estivesse em um piquenique.

— Vamos, garoto. Sua guarda está aberta como as portas do salão principal quando você entra — provocou, girando e me empurrando com o ombro.

Rolei para o lado e recuperei a postura. Estávamos na arena de treino particular do castelo; ao fundo, o mar rugia com a maré cheia, e o Rei Lucien ria como se aquilo fosse pura diversão. Para ele, talvez fosse mesmo.

— Sério que você nunca foi marcado por ela? — perguntou de novo, interrompendo o treino para beber um gole d’água.

Respirei fundo, tentando parecer indiferente.

— Não é o momento certo.

— Hm. Claro. "Não é o momento certo"... — imitou minha voz com sarcasmo. — E enquanto isso, tem pelo menos seis fêmeas de diferentes matilhas apostando quem vai amarrar você primeiro. Você anda mais desejado do que as joias da minha coroa.

Balancei a cabeça,