Antero

Era para ser só mais uma manhã normal no castelo.

Mas, quando Antero desceu para o refeitório, seus olhos encontraram uma visão digna de pesadelo... ou de punição divina: uma loba exuberante, vestida apenas com uma rede de flores estrategicamente colocadas, equilibrava uma bandeja de frutas tropicais como se fosse a própria deusa da tentação.

— Bom dia, Alfa — ela ronronou. — O Beta real está por aqui? Trouxe... manga cortadinha.

Antero piscou duas vezes.

— Amiel ainda não desceu.

— Ah... então eu espero. — Ela se sentou no banco central e cruzou as pernas lentamente, deixando claro que a bandeja era só um acessório.

“Claro que espera...”, Antero pensou, bufando.

Seguiu adiante, decidido a avisar o amigo antes que a confusão explodisse — mas no corredor, uma fêmea da guarda vinha marchando furiosa, com uma arranhadura profunda no rosto. Logo atrás, outra loba esfregava a bochecha em tons vermelho e roxo com gelo .

— A próxima que tocar nele sem ser marcada, eu