capítulo 83 Manual de sobrevivência da maternidade mística.
Antero
A noite estava morna, embalada pela música suave que ainda flutuava pela casa. Lívia saiu para a varanda sem dizer nada, os pés descalços tocando o chão de madeira polida. O vestido ainda moldava seu corpo como um sussurro, mas seus ombros agora estavam levemente caídos — não de cansaço, mas de pensamento profundo.
A luz da lua prateava sua pele. E como sempre, mesmo em silêncio, ela chamava.
Fui o primeiro a me aproximar. A luz da lua prateava sua pele. E como sempre, mesmo em silêncio, ela chamava.
Fui o primeiro a me aproximar.
— Tá tudo bem? — perguntei, parando ao seu lado.
Ela assentiu, mas não me olhou. Apenas respirou fundo, como se precisasse de mais espaço dentro do próprio peito.
— É estranho… — disse por fim. — Sentir desejo e medo ao mesmo tempo.
Não disse nada. Peguei sua mão com delicadeza, deixando que ela decidisse se manteria o toque.
Ela manteve.
— Não quero correr… nem me esconder mais.
— Você não está sozinha — disse Amiel atrás de nós, su