Dante deixou Oton falando sozinho; as palavras do velho amigo ainda ecoavam em sua cabeça.
Quando atravessou a porta, encontrou Angeline do lado de fora, distraída, observando o jardim como se nunca tivesse visto nada igual.
Entrou no carro e bateu a porta com força. O som fez Angeline se sobressaltar, e ele riu por dentro ao ver os olhos dela se arregalarem e o jeito desajeitado como correu até o carro.
— Você é maluco? Ela disparou, entrando apressada e fechando a porta. Começou a colocar o cinto, evitando encará-lo.
Dante a observou em silêncio, curioso com aquela falta de malícia. Entrava no carro dele como se o conhecesse há anos.
Deu partida, e o motor rompeu o silêncio.
— Você é sempre imprudente assim? Perguntou depois de alguns minutos, lançando-lhe um olhar de soslaio.
— O quê?
— Você me conhece? Sabe quem eu sou?
— Não. Respondeu, confusa.
— E ainda assim entra no meu carro. Dorme na minha casa...
— Eu... Ela hesitou, respirou fundo. — Você invadiu minha cabine e me usou