Lá fora, Dante manteve o olhar por mais um instante na janela agora vazia, um leve sorriso surgindo nos lábios antes deixar Oton e entrar na casa.
Angeline ainda estava encostada contra a parede, o coração descompassado.
“Ele me viu?”, pensava, as mãos entrelaçadas nervosamente. Tentava se convencer de que não, que fora apenas coincidência, até ouvir passos firmes no corredor.
A maçaneta girou.
Ela quase gritou, mas conteve o som, os olhos arregalados a denunciando.
Dante apareceu à porta. A camiseta de algodão colava-se ao corpo úmido de suor, delineando os músculos do peito e dos ombros.
Os olhos de Angeline, por mais que tentassem evitar, o percorreram do pescoço até o abdômen firme, descendo pelas pernas fortes. O ar pareceu rarear, o coração batendo tão rápido que ela sentiu o próprio corpo vibrar.
— Estava me bisbilhotando? Perguntou ele, com um sorriso breve, que ela não soube decifrar se era irreverente ou provocador.
— N-não… eu só… Tentou responder, mas as palavras se per