Dante se recostou no móvel de madeira escura, cruzando as pernas. Girava o líquido escarlate na taça com um ar distraído, antes de levar um gole aos lábios. Depois, ergueu o olhar e a encarou.
Angeline o observava com um misto de medo e fascínio.
— Quem é você? Ela deixou escapar, quase num sussurro, como se falasse consigo mesma.
Ele arqueou uma sobrancelha, divertido.
— A pergunta é: quem é você... e por que toda vez que te encontro, parece estar fugindo?
Angeline piscou, confusa, as palavras presas na garganta.
— Eu... acho que estou fugindo da minha vida. Murmurou, sem encará-lo.
— E para isso precisava roubar minha arma? Provocou, erguendo o queixo.
Ela sentiu o rosto queimar.
— Eu não sou ladra... só achei que ia precisar dela.
— Hum... Dante caminhou até ela, ainda com a taça na mão. Seu tom ficou mais baixo, quase um sussurro. — Então você foge de alguém. O que fez? Perguntou, inclinando-se sobre ela.
O perfume amadeirado dele a envolveu, fazendo o coração acelerar.
— Não