Adam

Dirigia em silêncio pelas ruas arborizadas em direção à casa de Giovanni, com um nó pesado no estômago. Cada quilômetro percorrido parecia carregar mais dúvidas do que respostas. A ideia de ser pai... ainda me assustava. Não porque eu não amasse Julia ou o bebê que estava por vir, mas porque eu nunca tive um modelo para seguir. Meu pai, se é que posso chamá-lo assim, era um homem frio, impiedoso, incapaz de dar afeto ou sequer olhar nos meus olhos sem uma carga de desprezo. Cresci acreditando que isso era normal. Que um homem, para sobreviver, precisava ser duro, inabalável. Sentir era uma fraqueza. Amar, um risco.

Mas tudo começou a mudar quando vi Giovanni com sua filha, Maria. A maneira como ele se abaixava até o nível dela para falar, como seus olhos se iluminavam quando ela sorria... Era um outro mundo. Um que eu nunca conheci - mas que, agora, estava prestes a me pertencer.

A aproximação do nascimento do meu filho - ou filha - me atingiu como um vendaval. Um lado de mim que