Giovanni
Hoje foi um daqueles dias que fazem você questionar o próprio propósito de existir. Os fantasmas do passado, o peso esmagador dos últimos cinco anos, tudo parecia cair sobre mim como uma âncora arrastando meu corpo para as profundezas de um oceano escuro e sem fim. Eu precisava respirar. Precisava esquecer. Por isso, ali estava eu - sentado naquele velho bar anexo ao restaurante que costumo frequentar, o copo de uísque quase vazio entre meus dedos. Achei que talvez uma ou duas doses bastassem para silenciar a dor latejante em minha cabeça. Mas eu sabia que não.
Luca ainda estava vivo. Escondido em algum buraco, cercado pelos meus homens, esperando pela hora certa. A cada novo amanhecer com ele respirando, minha preocupação com Alice crescia. Eu não fazia ideia de onde ela estava, e esse desconhecido me corroía por dentro. Mesmo que eu tentasse me convencer de que ela nunca voltaria para mim, o sentimento era teimoso. Desejava-a como nunca. Amava-a mais do que deveria.
Enquant