Ângelo havia desaparecido nas últimas semanas, mas o dinheiro e a agenda com os números de telefone para pedir comida chegaram. Mavie se deliciava naquela opulência: um apartamento suntuoso, a possibilidade de pedir qualquer comida a qualquer hora. Hoje, porém, exausta dos constantes pedidos, resolvi cozinhar uma macarronada simples. Jantámos e fomos dormir.
Deitei-me no mesmo quarto que Mavie, que não parava de tagarelar.
__“Sofia, cadê o moço bonito?”
__“O moço bonito tem outra casa, Mavie. Aqui, ele só virá de vez em quando.”
__“Por quê, Sofia?”
__“Ele provavelmente tem uma família lá.”
__“Mas e você, Sofia? Não é importante para ele?”
Engoli em seco, a garganta seca, e apaguei a luz. __“Vamos dormir, Mavie, está tarde!”
A insônia me aprisionou. A imagem daquele homem, seu sorriso lascivo e perverso, me assombrava a cada piscar de olhos. Adormeci, mas ele continuou a me perseguir nos sonhos. Acordei sobressaltada com Mavie debatendo-se na cama. Liguei a luz e a vi com a mão no pe